1 de setembro de 2017
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Expedição Canarana 2017
Canarana é um pequeno município que fica cerca de 800 km de Cuiabá, no Mato Grosso. Durante o plano de expansão para o Norte do país, na década de 70, foram recrutados agricultores do sul que, junto com as comunidades indígenas que vivem ao redor, deram início a população de Canarana. O nome da cidade (Canarana é um capim da região) foi escolhido por conta desse projeto de colonização, em 1972.
Dizem que o nome foi escolhido também por lembrar “Canaã”, a terra prometida. Não é por acaso, já que Canarana é um dos municípios brasileiros que possui o maior número de nascentes! Seu mais importante atrativo é a proximidade com o Território Indígena do Xingu, cujo principal acesso por terra localiza-se por lá. É uma cidadezinha no coração do Cerrado brasileiro, com uma diversidade cultural incrível.
Em Canarana fica uma das sedes do Instituto Socioambiental, o ISA, parceiro do Amazonia Live. Fica também a sede da Associação Rede de Sementes do Xingu, o Viveiro Municipal e Casa de Sementes que dão suporte ao projeto. Fomos até lá visitar as áreas onde plantamos as sementes do primeiro plantio das nossas milhões de árvores.
A área total que reflorestamos em 2016 é de mais de 133 hectares, o que equivale a mais de 4 vezes o tamanho da nova Cidade do Rock! Na nossa viagem, visitamos a Fazenda Cristo Rei e a Fazenda São Luiz. Mas o restante das áreas reflorestadas são monitoradas constantemente pela equipe do ISA, parceiro do Amazonia Live.
Na Fazenda Cristo Rei restauramos 8 hectares, algo como 8 vezes o campo de futebol do Maracanã. Nessa área tem uma lagoa e esse trabalho de recuperação das matas ciliares é extremamente importante para a qualidade dessa água e para a manutenção da biodiversidade. Na Fazenda São Luiz foram 3 hectares no entorno do rio.
Sete meses depois, as duas áreas estavam bem parecidas. O plantio de muvuca fica muito evidente quando percebemos diferentes tipos de espécies, em diferentes estágios. Algumas herbáceas como o feijão de porco, feijão guandu e a crotalária, crescem muito rápido e já estavam dando novas sementes, secando para fornecer ao solo muitos nutrientes. Todas elas são espécies que fixam nitrogênio no solo e por causa disso são fundamentais na composição da qualidade da terra onde vai nascer uma floresta.
Caminhamos com bastante cuidado, pois mudinhas de árvores estavam por todos os lados. Urucum, buritis, jatobás, lixeiras, carvoeiro entre tantas outras. É por isso que a técnica de muvuca recupera a floresta respeitando os ciclos naturais desse ecossistema.
Vimos muitas borboletas, tatus, emas e pássaros de todos os tipos. Tudo isso é um sinal de que pouco a pouco a natureza vai se reestabelecendo ali.